Lideranças dos Oeste do Paraná lançam nesta quinta-feira (18), às 16h, na sede da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), em Cascavel, uma campanha de mídia solicitando a realização de uma nova licitação para os contratos de pedágios na BR-277, com isso, a redução na tarifa.
Na mesma reunião, convocada pela Comissão de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento, será apresentada a carta a ser enviada ao Governador Beto Richa pedindo ao não-renovação automática dos contratos vigentes.
A apresentação da campanha de mídia faz parte da segunda etapa do movimento iniciado em Foz do Iguaçu, em janeiro. Na ocasião, mais de 250 pessoas, entre elas empresários, prefeitos, vereadores, quatro deputados estaduais, Cláudia Pereira,Márcio Pacheco, Chico Brasileiro e José Carlos Schiavinato e, o deputado federal, Evandro Roman abraçaram a causa.
Segundo o presidente do Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro, esse não é um movimento partidário, mas da sociedade que busca o crescimento econômico e social do Oeste do Paraná.
O Coordenador da Câmara Técnica, Danilo Vendruscolo, explica que o Governo do Estado pretende renovar os contratos de administração que vencem em 2021 por mais 20 anos com base no modelo atual, considerado defasado. A proposta é abrir uma nova licitação pautada pelos modelos atuais de concessão. O resultado seriam tarifas mais baixas e mais obras.
“Neste contrato atual não podemos pedir a redução da tarifa, considerada uma das mais altas do Brasil e se solicitarmos mais obras, precisaremos pagar por elas. O que buscamos é uma nova licitação com contratos que entrarão em vigor a partir de 2022”, disse.
Preços justos
João Artur Mohr, Membro do conselho temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), durante a reunião fará uma comparação entre o modelo de concessão utilizado nas rodovias paranaenses – o primeiro do Brasil – com as demais estradas brasileiras levando em conta o fluxo de veículos, valor da tarifa e obras realizadas.
Segundo Mohr, enquanto a média do valor aplicado por eixo nas rodovias do Paraná é de R$ 9,58 a cada 100 quilômetros, em Mato Grosso do Sul é R$ 5,90, no contrato firmado em março de 2014. Aqui, a concessão previu apenas 32% de duplicação nas estradas enquanto as sul-mato-grossenses exigem 98% das rodovias duplicadas em no máximo cinco anos.
“Quando assinamos esses documentos não tínhamos experiências, pois fomos os primeiros e vivíamos uma instabilidade econômica. Por isso defendemos a uma nova licitação. Com novas regras. Que defenda os usuários”, disse.
O advogado Homero Marchese acredita que numa nova licitação, com base nos modelos atuais, o valor do pedágio pode reduzir de 40% a 50%. “Nos trechos do Oeste onde se paga cerca de R$ 15 a cada 100 quilômetros cairá para R$ 6 ou R$ 7 e o volume de obras duplicará”.
Impacto negativo
O diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, demonstrará em números como o alto valor do pedágio impacta negativamente no crescimento do agronegócio no Oeste. Segundo Grolli, o custo total do pedágio para a exportação agroindustrial da região custa R$ 100 milhões por ano. “De cada 100 sacas de soja enviada ao Porto de Paranaguá, duas são utilizadas para pagar o pedágio. No milho, sobe para cinco”.