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Movimento do Oeste do Paraná contra alto preço do pedágio se fortalece

25 de janeiro de 2016

O movimento do Oeste do Paraná contra o alto preço do pedágio ganhou força. Mais de 250 pessoas, entre elas empresários, prefeitos, vereadores, quatro deputados estaduais, Cláudia Pereira, Márcio Pacheco, Chico Brasileiro e José Carlos Schiavinato e, o deputado federal, Evandro Roman abraçaram a proposta da Câmara Técnica de Infraestrutura e Logística do Programa Oeste em Desenvolvimento de solicitar ao Governo do Estado a não-renovação e a atualização dos contratos de pedágios aplicados na BR-277. A adesão ocorreu nesta sexta-feira (22), em Foz do Iguaçu. A ACIT foi representada pelo vice-presidente Flávio Furlan.

Segundo o presidente do Oeste em Desenvolvimento, Mário Costenaro, esse não é um movimento partidário, mas da sociedade que busca o crescimento econômico e social do Oeste do Paraná. “Estamos a favor do Oeste. A diversidade partidária dos próprios deputados, prefeitos e vereadores demonstra união na defesa de uma causa”, afirmou.

O próximo passo será o lançamento de uma campanha de mídia pedindo uma nova licitação para administração das rodovias com base nos modelos atuais de concessão, chamados de terceira geração e aplicados em várias rodovias brasileiras a partir de 2014.

“Neste contrato atual não podemos pedir a redução da tarifa, considerada uma das mais altas do Brasil e se solicitarmos mais obras, precisaremos pagar por elas. O que buscamos é uma nova licitação com contratos que entrarão em vigor a partir de 2022”, explicou Danilo Vendruscolo, coordenador da Câmara Técnica.

O movimento existe porque o Governo do Paraná apontou a intenção de prorrogar o contrato em vigor até 2021 por pelo menos mais 20 anos.

Preços reais

João Artur Mohr, Membro do conselho temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), fez uma comparação entre o modelo utilizado no Paraná – o primeiro do Brasil – com demais estradas brasileiras levando em conta o fluxo de veículos, valor da tarifa e obras realizadas.

Enquanto a média do valor aplicado por eixo nas rodovias paranaenses é de R$ 9,58 a cada 100 quilômetros, em Mato Grosso do Sul é R$ 5,90, no contrato firmado em março de 2014. Aqui, a concessão previu apenas 32% de duplicação nas estradas enquanto as sul-mato-grossenses exigem 98% das rodovias duplicadas em no máximo cinco anos.

“Quando assinamos esses documentos não tínhamos experiências, pois fomos os primeiros e vivíamos uma instabilidade econômica. Por isso defendemos a uma nova licitação. Com novas regras. Que defenda os usuários”, disse.

O advogado Homero Marchese acredita que numa nova licitação, com base nos modelos atuais, o valor do pedágio pode reduzir de 40% a 50%. “Nos trechos do Oeste onde se paga cerca de R$ 15 a cada 100 quilômetros cairá para R$ 6 ou R$ 7 e o volume de obras duplicará”.

Defendendo o agronegócio

O diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, acredita na necessidade de uma revisão para defender o agronegócio do Oeste. “O custo total do pedágio para a exportação agroindustrial da região custa R$ 100 milhões por ano”. E completou: “De cada 100 sacas de soja enviada ao Porto de Paranaguá, duas são utilizadas para pagar o pedágio. No milho, sobe para cinco”.