O Brasil é o quinto país mais deprimido do mundo e o segundo mais ansioso. E conforme estimativa em 2018 da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão será o maior motivo de afastamento do trabalho no mundo, até 2020.
Estes e outros dados foram apresentados durante a palestra Saúde Emocional nas Empresas, promovida gratuitamente pela Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) aos associados, na noite de quinta-feira (20), no auditório da entidade.
Entre outros temas, o psicólogo Maurício Mantovanelli levou o público à reflexão: por que estamos adoecendo, o que está levando ao aumento dos problemas emocionais e às doenças mentais, como é possível encontrar caminhos de prevenção e ter mais qualidade de vida.
Com as transformações do mundo moderno, o ritmo veloz das mudanças, a competição cada vez maior no trabalho e entre as pessoas, a perda de referenciais de identidade, o conflito de padrões comportamentais, ampliam-se cada vez mais os problemas emocionais. “Como é diferente das doenças orgânicas, o emocional pode passar despercebido, porque não é palpável, é uma doença invisível, mas está aí, é uma realidade, muitos afastamentos do trabalho ocorrem por conta disso, por isso, é muito pertinente abordarmos sobre o tema”, ressalta Mantovanelli.
Segundo o psicólogo, é importante que as pessoas busquem ajuda sempre que sentirem que algo não vai bem. “Existem pontos importantes para a pessoa identificar, quando há dificuldades de interação com o meio, quando as atividades prazerosas começam deixar de ser prazerosas, quando há uma tristeza constante, falta de vontade; são pequenos sinais que já começa identificar um quadro depressivo, ou ainda, no caso de ansiedade, quando há preocupação ou medo excessivo”, menciona.
Quando esses fatores estiverem atrapalhando ou impedindo o funcionamento normal do indivíduo em todas as suas dimensões, social, familiar, psíquica, física, a pessoa percebe isso como prejuízo, fica evidente o desequilíbrio, então é hora de buscar ajuda, alerta Mantovanelli.
Conforme o psicólogo, nas empresas é importante olhar para os colaboradores de forma mais humanizada. “É fundamental começar a olhar para pessoa humana, o indivíduo que sofre, e não apenas para o problema ou a doença. Às vezes a pessoa está no sofrimento, não tem culpa da situação, precisa de um apoio, de uma palavra amiga. O apoio pode salvar muitas vidas e proteger muitos talentos, pois os problemas podem ser transitórios e há formas para solucioná-los”, frisa.